segunda-feira, 11 de abril de 2011

As funções sociais da escola

Nas primeiras aulas tivemos contato com o texto de Goméz. Numa opinião pessoal, posso dizer que as ideias deste autor se encontram com as ideias de Bordieu sobre a reprodução da ideologia dominante dentro do ambiente escolar. A escola é comprometida em desenvolver o processo de socialização dos futuros cidadãos, mas se revela conservadora a partir do momento em que reproduz os mesmos valores vigentes presentes em nossa sociedade. Logicamente que a instituição escolar não é a única responsável por essa função reprodutora, sendo outras instituições sociais responsáveis por esse papel: ongs, igrejas, meios de comunicação de massa e família. Porém, é na escola que esses valores vão se instalando progressivamente, de modo sutil e complexo.


      No sentido da socialização, a escola acaba por consolidar ideologias cujos valores são   pautados no individualismo, a competitividadee a falta de solidariedade. A escola não se torna igual para todos, embora seja essa a frase mais usada e o que se espera dela. É imposta uma ideologia contraditória que abarca o ser humano individualista e conformado socialmente. Passa-se a aceitar as contradições sociais do mundo, fome, discriminação, preconceitos, como resultados naturalizados das diferenças individuais. Gomés no traz que a escola vêm por legitimar a ordem que já existe, convertendo-se em ‘válvura de escape’ dessas contradições e desajustes sociais. Com os mecanismos de socialização que a escola utiliza através do inculcamente e doutrinamento ideológico, as comunidades sociais recebem esses conhecimentos e os transmitem, muitas vezes sem questionar ou ter uma posição crítica sobre o que estão apreendendo. Desde a seleção e a organização dos currículos escolares, o modo e o sentido da organização das tarefas, ordenação de tempo, espaço, números de disciplinas, mecanismos de recompensas como provas, trabalhos, pontos extras em atividades; contribuirá para essa disseminação do status quo na cultura vigente.

Sabemos que nosso meio social está repleto de escolas, de alunos, de troca de ideias. Mas quantas delas pluralizam essa forma de saber? Temos como exemplo dessas contradições o filme “Entre os muros da escola”, que trata desses desajustes sociais promovidos pelas distintas nacionalidades dos alunos dentro do ambiente escolar. 


Sabemos que o espaço em que vivemos é tomado pelos meios de comunicação, pela transmissão de concepções ideológicas advindas da televisão, da internet, do rádio; e que os alunos recebem e assimilam isso também. A escola acaba por colaborar com essas transmissões de ideais propostos pela cultura dominante, sendo então, uma espécie de “perna” que sustenta as outras vigas concretizadas no terreno em que nos inserimos. Para Goméz, o princípio básico para haver alguma mudança seria “facilitar e estimular a participação ativa e crítica dos alunos e alunas”, fazendo da escola um “espaço democrático de aprendizagem.”

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